Um pouco de Macapá através dos olhos de uma recém chegada.

15 de setembro de 2010

Desvendando o mundo autista

Especial produzido para a edição da Revista de Domingo, do jornal Diário do Amapá de 8 de agosto de 2010. É no mínimo gratificante fazer esse tipo de trabalho, e ainda mais receber ligação do entrevistado agradecendo. Eu é que agradeço!

Espero que com essas poucas linhas possa transmitir para os outro pelo menos um pouco, do pouco que aprendi sobre está síndrome, e contibruir para que muitas crianças possam ter seu diagnóstico precone e iniciem o quanto antes seus tratamentos.

Infelizmente, em minha família, demoramos um pouco para conseguir esse diagnóstico, e agora nossa luta é ainda maior. Mas a felicidade de cada pequeno avanço é indescritível.

Dedico esse matéria ao meu pequeno irmão Kleber.
Desvendando o mundo autista
Natália Campos

Em um mundo onde a cada 150 bebês que nascem um é portador da síndrome de autismo, ainda há muito que ser desvendado sobre o autismo, e precisa de muito mais atenção. No Amapá, os autistas e seus familiares podem contar com o apoio da Associação de Pais e Amigos dos Autistas do Amapá (AMA-AP), que oferece tratamento necessário, dentro das suas possibilidades.

“Ainda há muitas respostas que a medicina não encontrou, por isso chamamos de mundo autista, porque em cada pessoa a manifestação é diferente, não dá nem mesmo para dizer uma característica que exista em todos que sofrem dessa síndrome”, comenta o presidente da AMA-AP, Frank Costa.

Não é possível definir um tipo de autismo, existem diversas formas que podem variar desde uma perturbação profunda até o autismo de elevado funcionamento. Como em qualquer síndrome o grau de comprometimento pode variar do mais severo ao mais brando e atinge todas as classes sociais.

A incidência é maior no sexo masculino, na proporção de 4 meninos para 1 menina, e o autismo é possível de ser identificado e diagnosticado a partir de um ano de idade. “O por quê dessa maior incidência entre os meninos é outra questão que a medicina ainda não respondeu, assim como a causa da síndrome”, conta Frank Costa.

O termo autismo infantil foi usado pela primeira vez pelo psiquiatra norte-americano Leo Kanner em 1043, depois de observar um grupo de onze crianças internadas em um hospício. Estas crianças apresentavam extremo isolamento, não tinham habilidades para se relacionarem com outras pessoas e outras situações, apresentavam falha no uso da linguagem para comunicação e um desejo obsessivo ansioso para a manutenção da mesmice.

Desta forma, o autismo é definido como um transtorno do desenvolvimento, que se manifesta tipicamente antes dos três anos de idade. Estes transtornos comprometem todo o desenvolvimento psico-neurológico, afetando a comunicação (fala e entendimento) e o convívio social. “Entre as características, dizemos que há uma tríade mais frequente, que se refere à falta de comunicação, dificuldade de socialização e falta de demonstração de afetividade”, alerta o presidente da AMA-AP.

No Amapá ainda não há nenhum psiquiatra infantil, profissional responsável pelo diagnóstico do distúrbio, enquanto o número de crianças autistas no Estado é preocupante, só na Associação são mais de 120 crianças cadastradas. “Infelizmente não temos estrutura para atender todos os casos, pois não recebemos nenhum tipo de apoio”, lamenta Frank Costa.

Criada em 2007, a AMA-AP é uma entidade sem fins lucrativos que tem como objetivo proporcionar melhor qualidade de vida aos autistas, e proporcionar suporte profissional às crianças e aos pais, como também capacitar profissionais para que os mesmos possam trabalhar com segurança as crianças portadoras da síndrome do espectro autista. A equipe multidisciplinar da Associação é formada por aproximadamente dez voluntários, que trabalham em espaço cedido pela família de uma das crianças que fazem tratamento na Associação.

Para o tratamento, é recomendado acompanhamento de terapeutas ocupacionais, psicólogos, psiquiatras e fisioterapeutas, entre outros, e é importante associar com alguma atividade física, como por exemplo, natação. “Dizemos o autismo não é uma doença, portanto não se pode falar em cura. Trata-se de uma condição, que se iniciado o tratamento no início da infância é possível que se torne um adulto com maior qualidade de vida, mais próximo da ‘normalidade’”, afirma o presidente da AMA-AP, Frank Costa.

2 comentários:

Anônimo disse...

Oi Natália
Sou mãe de um rapaz com autismo aqui em São Paulo. Tenho tentado há dias falar com alguém da AMA do AP.
Você poderia me arrumar um contato?
Abraço
Inês
PS: Estamos tentando atualizar uma lista da ABRA - Associação Brasileira de Autismo, para colocar no nosso site que inaugura dia 20/11 - www.autismoerealidade.org

Natália Campos disse...

Infelizmente so agora vi o comentário, espero que a resposta ainda seja útil.. o único contato que tenho da AMA-AP é um celular do Frank Costa (presidente) (96) 81339898.