Colcha de retalhos

Dia desses estava conversando com um amigo sobre minhas andanças por esse Brasil. Nascida em um estado, criada em outro, formada um terceiro, apaixonada por mais um e agora residindo no Amapá.

Sabem qual a pergunta mais difícil para eu responder?
– De onde você é?

O mais fácil é responder que sou do Brasil, país que amo e de onde não tenho a menor pretensão ou vontade de sair. País com regiões tão distintas, mas cada uma com seus encantos.

Como disse o amigo a quem me referi no início: Sou uma colcha de retalhos. Sou mesmo, com pedacinhos sul mato-grossense, cearense, paraibana, pernambucana, amapaense. Amo e defendo cada parte dessas, se tirar alguma, fica um buraco.

Não vou mentir dizendo que Macapá teve meu amor a primeira vista, assim como João Pessoa também não teve, mas esse espaço foi criado com muito carinho, para mostrar como essa cidade possui requisitos suficientes para fazer com que nos apaixonemos por ela, basta conhecê-la.

O carnaval nosso de cada ano

O carnaval é mesmo a maior festa do Brasil, não importa se está tocando frevo, axé ou samba, o importante é estar entre amigos.

Este foi meu primeiro carnaval em Macapá, e eu não imaginava o que iria encontrar no sambódromo. Convidada pelos amigos a sair em escola de samba, topei sem saber o que significava.

De repente me vi cheia de fantasias e adereços. Tendo que aprender os enredos das escolas as quais ia desfilar e seguir os carros alegóricos mesmo sem nenhum samba no pé.

Foi sem dúvidas um carnaval diferente para mim, mas confirmou o que afirmei no início, o importante é estar em boa companhia. Quem faz a festa é a gente, e foi, sem dúvidas, divertidíssimo.

Mas carnaval por aqui é bem democrático. Quem não quer desfilar, pode ficar nas arquibancadas ou camarotes assistindo todas as escolas e torcendo pela sua preferida. Na sexta-feira e segunda-feira quem saí às ruas são os blocos, no melhor estilo de carnaval baiano.

E no último dia de folia, terça-feira, é o dia da Banda. Este foi o 45° ano do bloco que percorre as principais ruas da cidade com muita irreverência: os homens vestidos de mulher. Festa que começa no início da tarde, faça chuva (como esse ano), faça sol, e invade a madrugada.

Em tempo: Desfilei nas Escolas: Solidariedade, Unidos do Buritizal e Império do Povo. Posso dizer que dei sorte de principiante, pois todas foram campeãs. Por causa de confusão na apuração do grupo especial, por suspeita de fraude, a Liesa (Liga das Escolas de Samba do Amapá) resolveu declarar campeãs todas as escolas, tanto do grupo especial como do grupo de acesso. Mas essa história ainda vai render muito pano para manga.

Olha o carnaval aí gente!

O carnaval está chegando, e para quem era acostumada com o ritmo do frevo durante esses dias como eu, não consegue imaginar outro jeito para cair na folia. Mas em Macapá a cultura do carnaval é voltada para as Escolas de Samba.

Os ensaios já começaram faz tempo, há concurso para Rainha do Carvanal, mas o ápice acontece com o desfile das escolas. Longe da riqueza e grandeza das Escolas do Rio de Janeiro e São Paulo, em Macapá os desfiles são de tamanha importância que foi construído o Sambódromo de Macapá.

Particularmente, ainda não tenho muito para falar sobre o evento, mas estou ansiosa para descobrir essa nova forma de brincar carnaval e logo depois contar como é ok?!

Bom carnaval para todos, e juízo!

Sambódromo de Macapá

Foi projetado para ser um centro de cultura e lazer, funcionando durante o período escolar como Núcleo Educacional para Formação de Artes Populares. Inaugurada em 4 de Fevereiro de 1998, a proposta da Escola Sambódromo de Artes Populares do Amapá, visa oferecer um espaço de valorização da cultura e da arte amapaense, introduzindo experiências para a preservação e o desenvolvimento do patrimônio cultural, seguindo os moldes e pelos meios que a própria cultura possibilita.

É utilizado também para o desfile das escolas de samba, dos blocos carnavalescos, o festival da quadra junina e os grandes shows musicais. Tem capacidade para aproximadamente 18 mil pessoas. O prédio possuí 04 módulos de arquibancadas com 33 metros de extensão cada, possuí 14 camarotes com capacidade para 30 pessoas, pista de 600 metros, hall de entrada para 200 mesas, cozinha industrial, auditório e bloco administrativo. Está localizado no Complexo do Marco Zero. Existe um projeto denominado "Cidade do Samba", que tem como objetivo modernizar e ampliar o sambódromo.

Seja bem vindo à Macapá

A frase é típica para os recém chegados, mas eu nunca a senti tão verdadeira com quando cheguei à Macapá, e olha que eu já passei por várias cidades.

Por incrível que pareça, é difícil encontrar alguém que seja macapaense de nascença. Há uma enorme quantidade de pessoas vindas de outros estados por aqui, e essa multiplicidade de naturalidades faz com que todos sejam muito acolhedores com os “novatos”.

Além da simpatia, são bastante solícitos e interessados em apresentar tudo sobre essa cidade brasileira tão isolada e muitas vezes esquecida. As peculiaridades da culinária, a natureza local, os pontos turísticos.

Mas acima de tudo, são pessoas dispostas a criar laços de amizade e proporcionar que Macapá se torne seu novo lar, doce lar.

Parabéns Macapá, pelos seus 252 anos

Em comemoração ao aniversário da capital amapaense, faço desse post um resgate da origem da cidade. A história de Macapá se inicia nos tempos coloniais, e está ligada com a defesa e a fortificação das fronteiras do Brasil, além da preocupação em garantir a presença do homem as terras brasileiras, assegurando, assim, a soberania de Portugal nas terras conquistadas.

O então povoado foi criado a partir de um destacamento militar criado em 1738. Vinte anos depois, o então governador do Grão-Pará, Francisco Xavier de Mendonça Furtado, aportou em Macapá com a missão de demarcação de fronteiras da Colônia com as terras pertencentes à Espanha, na região Amazônica, definida pelo Tratado de Madri. Durante uma solenidade, em 04 de fevereiro, Mendonça Furtado mudou a categoria administrativa do povoado de Macapá, elevando-o à condição de Vila de São José de Macapá. Constituem as origens de Macapá: açorianos, colonos degredados de Portugal (bandidos, prostitutas, presos políticos etc), negros africanos ou oriundos da Bahia e do Rio de Janeiro, além dos índios que já habitavam o local. Um fato triste também determinou a colonização de Macapá: foi um grande terremoto ocorrido em 1755 na Europa, que ceifou a vida de milhares de lisbonenses e provocou um êxodo forçado da população.

Em 06 de setembro de 1856 o Governo Provincial, atendendo ao apelo de políticos de renome nacional, projetou Macapá à categoria de cidade. Já em 1943, a partir de um decreto-lei do então presidente da República, Getúlio Vargas, que estabelecia a criação dos territórios federais de Rio Branco (Roraima), Guaporé (Rondônia), Iguaçu e Amapá, possibilitou que em 31 de maio de 1944 Macapá foi promovida à categoria de capital do Território do Amapá. Apenas em 1988, com a promulgação da nova Constituição, Amapá deixou de ser Território Nacional, tornando-se Estado.

O blog Curiosidades do Amapá - http://edgar-amapa.blogspot.com/ - traz ótimos resgates históricos, além de fotografias antigas. Vale a pena conferir!

Mas, onde fica Macapá?

Se você, assim como eu, já não consegue dar conta da localização dos estados brasileiros, esse post vai servir para se situar um pouco.

Macapá é a capital do estado do Amapá. Localizada no sudeste do estado, é a única capital brasileira que não possui interligação por rodovia a outras capitais. É também a única cortada pela linha do Equador.

Esta localizada há 2540 km de Brasília, 2414 km de Recife, 3333 km de São Paulo e 4254 km de Porto Alegre. A capital mais próxima de Macapá é Belém do Pará, porém os 400 km que as separam só podem ser percorridos por via aérea ou fluvial, já que não existe ligação rodoviária nem ferroviária.


População
Segundo pesquisas feitas pelo IBGE em 2009, a cidade conta com uma população de 366 484 habitantes. É a quinta cidade mais populosa do norte do Brasil, atrás apenas de Manaus, Belém, Ananindeua e Porto Velho.

A cidade vem se destacando da maioria dos municípios do Brasil pelo crescimento econômico e populacional bem acima das médias nacionais.

Clima
O clima do município de Macapá é equatorial quente-úmido, com temperatura máxima entre 32,6°C e a mínima entre 20°C. A sensação térmica no verão pode passar dos 45°C.

As chuvas ocorrem nos meses de dezembro a agosto, não chegando a atingir 3.000 mm. A estação das secas inicia no mês de setembro e vai até meados de dezembro, quando se registram as temperaturas mais altas.

Vegetação
A vegetação de Macapá constitui-se de principalmente de florestas que predomina ainda em quase todo o município, onde o desmatamento provocado pela ação do homem ainda é pouco acentuado. São árvores de grande porte com tipos como a samaumeira, acariquara, angelim, maçaranduba,etc.

Economia
Uma boa vocação em Macapá é o comércio, além do extrativismo, na agricultura e na indústria. Com localização privilegiada em relação a sua posição geográfica, tem grandes possibilidades de relações comerciais com a América Central, América do Norte e a Europa. A criação da Zona de Livre Comércio de Macapá, em 8 de maio de 1992, possibilitou oportunidades de negócios para a economia do estado, principalmente para indústria, o comércio, serviços e o turismo. Apesar de investimentos de outros estados brasileiros e de capital estrangeiro, ainda há um grande mercado a ser explorado.

Potencialidades
Mineração, extração de madeiras, pecuária, piscicultura, açaí, castanha-do-Brasil, borracha, andiroba, copaíba e plantas medicinais.

Telefonia
As operadoras que mantem cobertura na região são: Embratel, Claro,Oi, TIM e Vivo.